O termo abstinência, combinado com a palavra coelho levarnos-ia bastante longe... O coelho, tido pelo animal que mais gosta de pinocar, numa de abstinência... É forte! Até o Rei da Selva cairia de joelhos com a novidade; mas o facto é que não estamos na selva propriamente dita, usando o sentido literal de selva, mas estamos na "selva, em sentido metafórico, e o Coelho que menciono é Passos Coelho.
Pedro Passos Coelho acha por bem abster-se e deixar a cenoura do OE (Orçamento de Estado) para José Sócrates, já que é bem dura de roer. Eu acredito piamente que quando vota, muita gente nem saiba no que vota, e muito menos o que está a fazer. Na escola devia-se aprender cidadania, e isso implicaris instruir todos os cidadãos acerca do acto de votar, mas essas "coisas" não interessam ao Governo. Nem pensar...
Muita gente não vê porque se há-de ter, em determinadas circunstâncias uma maioria absoluta; mais ou menos as mesmas que, com a devida actualização, ditaram algumas vezes ao longo da história, o absolutismo régio; se bem que nem sempre. Reis houve que foram absolutos por convicção e não por razões de necessidade.
Arrisco dizer que 35% da população não sabe que com o seu voto não elege o Sr. Primeiro Ministro ou o seu Autarca de Eleição; elege sim alguém, que pertence a uma lista. A única vez que, numa eleição se vota na pessoa em si, em Portugal, é para o cargo de Presidente da República... E nessas areias movediças nem eu quero entrar; que se me ponho a falar das presidenciais que já espreitam...
É uma tristeza! O povo não sabe e ninguém se interessa porque este saiba.
Passos Coelho faz-se valer da conjuntura para piorar as coisas para o seu adversário, porque a política não é o jogo de interesses do povo, é a feira das leviandades e vaidades de quem ambiciona ter o poder. Ninguém quer saber do povo. A grande diferença entre Marquês do Pombal e estes senhores que hoje temos é que, ao menos o Ministro de D. José regia-se pela máxima de que se havia de fazer "tudo pelo povo, mas sem o povo"... E estes regem-se pelo contrário: "tudo para nós, mas com o povo"!
Os números, bem torturados, confessam tudo o que se quiser.
Para que insistir mais nesta questão?
Aliás, o melhor que Passos Coelho tem a fazer é viabilizar o OE (Orçamento de Estado) agora mesmo, sem pensar duas vezes, porque a coisa, continuada; poderá, eventualmente, sobrar para ele. Já se diz que não vale a pena salvar o Governo depois de Março... E eu acho que Passos Coelho consegue, tão bem quanto eu, prever quem é o próximo marionete a queimar na "fogueira das vaidades". Toda a gente adivinha... Pois nem mais... Ele mesmo!
Nunca digam os senhores da oposição que o Veneno não é amigo, ou que não dá bons conselhos... Porque os dá, e de graça o que revela uma tremenda de uma generosidade...