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Sábado, 9 de Abril de 2011
Um novo mas nem por isso mais feliz país

Desde que aqui escrevi alguma coisa que o país mudou. É um local novo, como de costume, sem "governo", mas deita feita de forma assumida.

José Sócrates foi, de facto, igual a si mesmo. Ou estão com ele, ou estão contra ele; correcto! Mas penso que de certa forma, tanto José Sócrates, como muitos dentro do PS acharam que a oposição seria um bocadinho menos louca do que é.

Há uma esquisofrenia pelo poder, que não se incomodou nada em resultar no que resultou. ~inguém na oposição se preocupou, uma vez que fosse, com Portugal ou com os portugueses que os elegeram para Governar.

O que importava era terminar o "jogo do sempre em p´" e fazer cai Sócrates. Foi conseguido, sem dúvida. Mas a que preço? Um país nas condições de Portugal, sem Governo, cai nas garras das agências de rating que imediatamente nos colocam abaixo de "lixo". A nossa dívida Soberana (do Estado), torna-se cada vezes menos "boa", e ninguém está na disposição de comprar.

Tudo o que possamos manobrar, como seja vender activos para realizar liquidez, não serve de nada. Não temos ao dispor nenhuma quantia tão elevada que nos tire o pescoço das mão do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Mário Soares, talvez por já ter aberto a porta a esses senhores uma vez, sabe que eles não são bons, não poupam ninguém e não são bem vindos.

Não consigo perceber a "sede" de FMI de tanta gente. É bem verdade que a memória de um país é tão vasta quanto a das pessoas que habitam nele, com consciência plena da realidade que as rodeia... E nesta caso, a memória colectiva não ajuda. Houve quem andasse a querer aquilo que ninguém quer... A intervenção do FMI!

E se nos anos 80 esta entidade chegou a um país pós revolução e com muito para "andar", hoje em dia chega a uma "sombra" daquilo que deveria ser o país, ao final de 35 anos de Democracia.

Não me vou render a facilitismos e perguntar se terá valido a pena. Mas muita gente terá essa questão em mente. Os tempos do estado Novo eram difíceis, mas os tempos da Democracia não se têm revelado muito mais fáceis. Será este o "país de Abril"? Isto por estarmos em Abril, a poucos dias de mais feriado que assinala a revolução dos cravos.

Recuso-me a acreditar que tenhamos falhado tão redondamente. E para quem perguntava se haveria mesmo "33% de malucos em Portugal", num Jornal diário eu respondo de bom grado... Sim, meu caro. Há até, arrisco dizer, bem mais do que isso; ou por acaso ainda não reparou que Cavaco Silva já vai no segundo mandato? Não se deu ainda conta que há quem pense votar em Passos Coelho? Pois... Se calhar há para cima de 60 e tantos por cento de malucos em Portugal. Se pensarmos bem, há ainda os que irão votar em Paulo Portas ou no Bloco de esquerda e no PCP... Eu seria capaz de arriscar que temos perto de 90% de malucos em Portugal. Os outros 10% são apenas políticos do pior, e da mais crassa incompetência.

O mal não estará nos Portugueses todos que vão às urnas, estará no lixo que se arrasta há anos e anos nos corredores do Parlamento, da Assembleia, nas sedes dos partidos e nos seus "cantinhos" ao longo país... Está nos compadrios e nos meninos e meninas que nunca tiveram nem por responsabilidade lavar uma banheira e são colocados em lugares "interessantes"; onde não fazem falta nenhuma! Por vezes caso é mais grave, são colocados em cargos ou oportunidades que requerem alguém competente.

Citando o "Estebês": "Vamos lá cambada, todos à molhada, que o maior é Portigal"!

E continua a depressão, a crise a arrogância às arrobas!

sinto-me: Nem vale a pena falar...
música: Mas quem será o pai da criança, eu sei lá, sei lá
publicado por Conventodaalma às 09:56
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Terça-feira, 22 de Fevereiro de 2011
O mês das greves

Fevereiro tem sido particularmente péssimo. Com tantas greves o trânsito bate recordes e não é só por um dia... Quem é que, num mês com 28 dias, no qual mais 10 dias são greve, vai comprar passe social se tiver carro? Pois... Eu também não!

Sim, os trabalhadores têm a sua razão; aliás, o trabalhador é como o cliente, tem sempre razão... Se bem que muitos destes trabalhadores (dos transportes) vêm as pessoas a quem prestam um serviço como gado, e nunca ponderam o factor razão; pelo menos a maioria deles, mas admito... Há excepções.

Cortes salariais são uma "treta", e pior isso, cortes salariais numa altura em que tudo continua a aumentar. Digamos que isto não está bom para ninguém, a menos que estejamos a falar da classe alta, porque a média-alta anda a minguar, a média passou a baixa e a baixa anda algures na fronteira do limiar do pobreza.

Tenho a certeza que este não é o "país de Abril"; o país que a Revolução dos cravos sonhou. Não pode ser. O aumento do fosso social entre pobres e ricos, o desemprego a níveis quase nunca visto, as famílias a perder condições de vida e meios de sustento... E pior que no Portugal da "aldeia da roupa branca", sem um quintal que os aguente... Dias há que muitas famílias não têm sequer um caldo verde, verdinho, a fumegar na panela! Uma infelicidade pegada. Há porta humildemente já não bate ninguém, e muito menos se senta à mesa com a gente, pois não conhecemos ninguém.

As solidariedades tradicionais perderam-se, e com isso, parecendo durante anos a fio que não, todos perdemos. Já se está a ver porquê! Um dia disse alguém com muita idade, pensa-se que algo sábio, que "um dia... Ainda havíamos de voltar todos para o campo, para aqueles pedacinhos de terreno que ninguém quer, e que andam para aí ao abandono", e aconselhava os filhos a nunca perderem de vista o que era deles, pois podiam ainda ter que cultivar, não eles, mas os descendentes, que o "regresso", como ele lhe chamava, não "estava para já" (citando)!

Não sei se será assim, mas que o campo e a terra nos dão lições de humildade é uma tremenda de uma verdade!

A sociedade vai mal, padece, definha... Arrasta-se e quase cai sobre si mesma. estonteada, desgovernada ou, pior ainda, mal governada, que desgovernada ao menos tinha-se a desculpa que ia por si, pelo próprio pé. Neste caso, vamos "nos braços" dos outros, desses que escolhemos para no "governar", se é que assim lhe podemos chamar.

Não vejo exactamente quando é que isto poderá melhorar, mas antes de 2020 não me parece, e isto se os primeiros sinais reais e firmes de retoma se sentirem lá para 2016! Somos uma espécie de "geração doomsday"... Fomos de geração rasca para isto; santa paciência!

A mim apetece-me fugir, virar as costas a isto tudo. Perder-me... Na paisagem, algures nos tons do horizonte. Não acredito que haja um pote de ouro do outro lado do arco-íris, mas há certamente uma forma de escapar mais ou menos ileso a isto!

Temos que ponderar sair da nossa "zona de conforto", não temer desafios nem novas oportunidades que nos apareçam. Há que olhar para além do "Bojador", novamente, e ver onde um dia houve "tempestade", o "Cabo da Boa Esperança", e sim... Implica passar além da dor; mas como somos uma pátria de migrantes, devemos conseguir sobreviver a mais esta "ofensiva" da vida.

Estou a confundir desabafos pessoais com escrita sã, mas não deixa de ser séria. Penso que todos precisamos de uma séria e franca vontade de nos mexer-mos, de dinamizar-mos, de sermos flexíveis, competitivos... E isto por cá vai uma inércia... Muitos sabemos que temos que regressar um dia, se formos para fora, mas isso é independente de irmos. Para já fico por cá, mas deixem-me que vos diga, muito a sério; quero ir! Preciso de ir, respirar... Aqui o ar está muito carregado, e o monóxido de carbono sufoca, dá tonturas, dormência... Uma barbaridade.

Eu não censuro os trabalhadores que não querem receber menos por fazer o mesmo, quando tudo aumenta e a qualidade de vida deles decresce, mas censuro a incapacidade de análise relativamente à situação da nação, e a "esperteza" dos mais antigos, que acham que se despedirem uns quantos, dos mais novos, é melhor que eles terem cortes salariais... Já nem falamos em aumento. Verdade seja dita, só faz greve quem pode e nem sempre querer é poder. Querem debater isso? Também me parecia; está debatido por si.

Eu censuro a frieza de achar que tirar a pão a outras famílias é melhor que ceder uma parcela salarial. Isso meu amigos, não levo à paciência.

Vamos lá a andar para a frente com isto, que para trás, dá-me a sensação que já não dá mais.

música: Joe Dassin - Et Si Tu N'Existais Pas
sinto-me: Miserável como este país
publicado por Conventodaalma às 10:50
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